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quinta-feira, julho 29

Endometriose e a perda da produtividade das mulheres

A dor faz com que a paciente não tenha só prejuízo em dias de trabalho, mas também não renda, fazendo com que falte qualidade no serviço desenvolvido

Por Débora Ferreira

Estudos realizados pelo Departamento de Saúde Pública da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apontaram que a endometriose revelou uma significativa perda de produtividade no trabalho entre as mulheres que sofrem com essa doença – de dores pélvicas. Foram recrutadas 1.459 mulheres, com idades entre 18 e 45 anos, de 10 países, nos 5 continentes, que participaram de testes.
Todas as voluntárias passaram por uma laparoscopia (procedimento minimamente invasivo, utilizado para diagnosticar e tratar alterações nas superfícies dos órgãos ginecológicos). Além do exame, foi preenchido um formulário detalhado sobre os sintomas que sentiam e o impacto que provocam em suas vidas.
“Os sintomas da endometriose começam a aparecer, geralmente, aos 26 anos. Após 1 ano, aos 27, a mulher percebe que precisa fazer uma consulta por conta das dores. Em média, a doença é diagnosticada aos 33 anos”, comenta Joji Ueno, ginecologista e diretor da Clínica Gera, em São Paulo.
As dores mais comuns são fortes cólicas menstruais, dores constantes, dor durante a relação sexual e muita diarreia. Além desses sintomas, a mulher começa a perceber que após 1 ano de tentativas não consegue engravidar e decide procurar ajuda médica. A endometriose também tem uma relação com a infertilidade, pois não permite a chegada dos espermatozoides nos óvulos.
Segundo o médico, por conta dessas dores, a mulher começa a perder nas horas de trabalho, não somente pela falta, mas também pela qualidade de serviço. Esse dano, não só em áreas relacionadas ao trabalho, mas em serviços domésticos, exercícios físicos e cuidar de crianças, também são significantes para os sintomas dolorosos e perda de produtividade.
Todos os estudos relacionados a essa doença servem de base e reforçam que a classe médica deve ter uma sensibilidade maior, reduzindo o tempo de diagnóstico. Geralmente, após a laparoscopia, uma boa parcela das pacientes consegue engravidar, principalmente as que não tenham sofrido algum tipo de obstrução. Costuma-se injetar contraste pelo canal do colo uterino.
“Os tipos de tratamentos dependem da extensão da endometriose. O importante é que o médico tome cuidado com os medicamentos e no caso da necessidade de fazer alguma intervenção cirúrgica, minimize o prejuízo do ovário, evitando assim a infertilidade”, finaliza Ueno.

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