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quinta-feira, julho 29

Os perigos do sal

No Brasil, consumo é três vezes maior do que o recomendado

Colaborou Aline de Oliveira

Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revelou que o brasileiro está consumindo mais sal do que o recomendável, o que aumenta os índices de hipertensão arterial, causa derrames, infartos, retenção de líquido, entre outros. Engana-se quem pensa que somente o saleiro à mesa é responsável. Um dos grandes problemas encontrados pela SBC é a falta de informação da população, pois até alimentos doces contêm sal.
Segundo a professora e nutricionista Vilma Blondet de Azeredo, coordenadora do Laboratório de Nutrição Experimental da Universidade Federal Fluminense (UFF), o problema está relacionado ao hábito alimentar do brasileiro. “A hipertensão arterial está cada vez mais frequente devido ao abuso de sal na dieta, além de a população se alimentar mal e importar hábitos norte-americanos, como os fast foods, alto consumo de refrigerantes, adoçantes e produtos industrializados. Muitos desses alimentos são ricos em sódio – elemento que faz parte do sal de cozinha (cloreto de sódio)”, comenta. Ou seja, é preciso manter uma alimentação balanceada e evitar comer alimentos industrializados, como congelados, biscoitos e enlatados.
Recomendação
Para o equilíbrio na alimentação, é preciso estar atento à quantidade de sal que é ingerida diariamente. “Recomendamos o consumo de 5 gramas de sal por dia, podendo chegar no máximo a 6 gramas. O sódio é um íon importantíssimo em diversas funções em nosso organismo, pois precisamos dele para manter o equilíbrio hidroeletrolítico do nosso corpo e para manter as funções celulares”, explica a nutricionista.
Campanha para o combate à hipertensão
Sabendo dos diversos danos causados à saúde pelo excesso de sal, entre eles a hipertensão, a SBC está realizando uma campanha para tentar diminuir o consumo em todo o País. O índice de hipertensos é de aproximadamente 30% da população. O cardiologista Carlos Alberto Machado, coordenador de ações sociais da instituição, explicou ao Portal Arca Universal como está sendo feita a campanha:
As pessoas têm dúvidas a respeito da diferença entre sal e sódio. O senhor poderia explicar?
O sódio é um mineral componente do sal de cozinha (cloreto de sódio), porém, ele está presente em várias substâncias consumidas, como nos adoçantes à base de ciclamato de sódio e sacarina de sódio; fermentos (bicarbonato de sódio); realçadores de sabor (glutamato monossódico), entre outros. Para fazer a conta de quanto de sódio tem em um determinado alimento é simples: suponha que ele tenha 563mg de sódio (valor presente no rótulo do alimento), devemos multiplicar esse valor por 2,54. Logo, 563mg x 2.54 = 1.430mg de sal.
Como vocês pretendem conscientizar as pessoas a consumir menos sal?
Promovendo educação para o consumo e nutricional, usando todos os tipos de mídias, inclusive criando um hotsite na homepage da Sociedade Brasileira de Cardiologia, tendo como foco toda a população. O objetivo é melhorar a compreensão da rotulagem nutricional, de forma que os consumidores possam identificar facilmente os alimentos com teores aumentado, baixo, muito baixo ou que não contenham sódio, ou aqueles sem adição de sal; e para que os consumidores entendam a diferença conceitual entre sal e sódio.
Como está sendo feita a campanha da SBC?
A SBC criou um Comitê do Sal, do qual participam importantes especialistas no assunto, fez parceria com o Ministério da Saúde, Anvisa, Organização Panamericana de Saúde e as Sociedades Brasileiras de Nefrologia e de Hipertensão, em que está formulando um documento com as linhas mestras destas ações.
O senhor acha que as pessoas têm o hábito de ler rótulos, principalmente com o intuito de saber a quantidade de sal nos alimentos?
Existe no Brasil, desde setembro de 2001, uma lei de rotulagem dos alimentos, mas a população ainda não tem o hábito de ler os rótulos. Este é o ponto que vamos trabalhar intensamente, para que as pessoas criem o hábito de lê-los.

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