Seja bem-vindo. Hoje é

quinta-feira, julho 29

Coleta seletiva: uma solução para o lixo

A iniciativa reaproveita resíduos e gera empregos

Maurício Tambasco

A coleta seletiva vem sendo considerada uma solução no problema do lixo no Brasil e no mundo, pois através dela se separam os materiais recicláveis dos não recicláveis. Isso significa que uma parte dos resíduos pode ser reaproveitada, deixando de se tornar uma fonte de degradação para o meio ambiente e tornando-se uma solução econômica e social, ao gerar empregos e lucro.
São muitas as vantagens da reciclagem do lixo: serve para diminuir o consumo das matérias-primas virgens (muitas delas não são renováveis); minimizar a poluição do solo, água e ar; melhorar a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população; prolongar a vida útil de aterros sanitários; melhorar a produção de compostos orgânicos; gerar empregos para a população não qualificada e receita para os pequenos e microempresários; gerar receita com a comercialização dos recicláveis; estimular a concorrência, uma vez que os produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens; contribuir para a valorização da limpeza pública; e formar uma consciência ecológica.
Em geral, é possível reciclar papéis, vidros, plásticos e metais. Não se recicla lixo orgânico, ou seja, restos de comida (cascas de legumes, frutas, cascas de ovos, etc.); os chamados rejeitos (lenços, papel higiênico, absorventes e guardanapos de papel sujos, fotografias, espuma, acrílico, espelhos, cerâmicas, porcelanas, tijolos, etc.); resíduos específicos como pilhas e baterias; resíduos hospitalares (algodão, seringas, agulhas, gazes, ataduras, etc.); nem lixo químico ou tóxico, como, por exemplo, embalagens de agrotóxicos, latas de verniz, solventes e inseticidas.
Projeto de reciclagem
Para se implantar a coleta seletiva de lixo, o primeiro passo é gerar conscientização. Elaborar um plano para conscientizar os moradores das vantagens da coleta seletiva. Isso pode ser feito através de palestras, cartazes informativos e manuais de coleta seletiva. O importante é mostrar que a coleta seletiva, atualmente, é algo fácil, além de vantajoso. Basta o desejo e a boa vontade de todos. O passo seguinte é elaborar um projeto de reciclagem, no qual será considerada a logística da cidade e a forma como o lixo será coletado. Feito isso, a administração pública estará apta a adquirir os coletores específicos para cada caso e fazer com que sejam devidamente sinalizados. Depois de feita a coleta seletiva, há várias maneiras de se dar destino ao lixo reciclável.
Os lixões são áreas separadas para jogar o lixo fora dos núcleos residenciais. Esses locais são verdadeiros focos de contaminação e proliferação de doenças, e desequilibram o ecossistema do local, pois são lugares condenados à morte, já que não podem ser reutilizados. Já os aterros sanitários são valas cavadas no solo e cobertas com lona plástica. O lixo colocado sobre a lona é compactado por um trator que passa por cima de três a cinco vezes. À medida que o lixo é compactado, ele é coberto com uma camada de 15 a 30 centímetros de terra. O lixo coberto com terra não atrai moscas, ratos e urubus. Os gases e o chorume são produzidos na decomposição do lixo e tratados para não causar mau cheiro e contaminação dos lençóis freáticos. Dessa forma, um aterro necessita de cuidados por muitos anos, mesmo depois de ter sido saturado de lixo. Os aterros desativados devem ser mantidos sob constante vigilância e manutenção.
Destino inadequado
O estudo “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil”, divulgado no dia 10 de agosto de 2009, revelou que, apesar do crescimento da coleta dos resíduos sólidos urbanos (RSU) no País, em 2008, quase a metade do lixo diário ainda tem destino inadequado. A divulgação foi feita pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
De acordo com o documento, apenas 55% das 149,1 toneladas de resíduos sólidos urbanos recolhidas diariamente tiveram destinação adequada. O restante foi para os lixões ou aterros não licenciados. O estudo mostra ainda um crescimento de 5,9%, em relação a 2007, da quantidade de lixo urbano recolhido no Brasil.
O presidente da Abrelpe, João Carlos David, disse que neste mercado de meio ambiente, o destino correto do lixo sólido são as centrais de tratamento de resíduos, conhecidos como aterros sanitários licenciados, que são preparados para receber o material descartado sem contaminar o lençol freático e o meio ambiente.

0 comentários: